POEMA DE: Noémia de Sousa
Se me quiseres conhecer,
Estuda com olhos de bem ver
Esse pedaço de pau preto
Que um desconhecido irmão maconde
De mãos inspiradas
Talhou e trabalhou em terras distantes lá do norte.
Ah! Essa sou eu:
órbitas vazias no desespero de possuir a vida
boca rasgada em ferida de angustia,
mãos enorme, espalmadas,
erguendo-se em jeito de quem implora e ameaça,
corpo tatuado feridas visíveis e invisíveis
pelos duros chicotes da escravatura…
torturada e magnífica
altiva e mística,
africa da cabeça aos pés,
– Ah, essa sou eu!
Se quiseres compreender-me
Vem debruçar-te sobre a minha alma de africa,
Nos gemidos dos negros no cais
Nos batuques frenéticos do muchopes
Na rebeldia dos machanganas
Na estranha melodia se evolando
Duma canção nativa noite dentro
E nada mais me perguntes,
Se é que me queres conhecer…
Que não sou mais que um búzio de carne
Onde a revolta de africa congelou
Seu grito inchado de esperança.
Aqui há beleza.
ResponderEliminarFestivais me agradam.
Fico a seguir-te.
Se quiseres conhecer
o festival Nordestino,
passa pelo meu abrigo.
Um abraço!
Prezada,
EliminarE mesmo queremos conhecer-lhe, o saber não ocupa espaço e nos faz ampliar a "Nossa Voz" (diz Noémia de Sousa".
Lhe conhecendo em Nordeste será bom,
E assim, nos conhecerá em Maputo
Forte abraço